Há palavras que são cheias. Todas
as palavras tem algo que se lhe diga, um significado, um sinónimo, uma
definição escondida numa página qualquer desses tão gigantes e quase medonhos
livros chamados dicionários. Mas há palavras que tem muito mais palavras que se
lhe digam que as outras. As coisas, coisas gerais, que a muita gente podem
berrar coisas secretamente ao ouvido seja por que razão for, por serem as
coisas que são. Essas coisas são as coisas que são para quem as são por
berrarem coisas secretamente ao ouvido a quem quer que berrem coisas
secretamente ao ouvido. A minha
definição para essa mesma coisa que a mim nada me diz é: isto. Se calhar podia
inventar, vir com conversas , falar mais dessas coisas que são esses istos.
Mas, para mim, essas coisas são só esses istos. Essas coisas não me berram
secretamente coisas ao ouvido. São palavras, para mim, vazias. Com o tempo, com
a experiência, a vida, tudo isso se pode ir modificando, como papéis que rodam
por vários actores, as palavras que são ditas e sentidas por uns e por outros.
Imaginemos as palavras como balões. Os balões podem estar cheios mas quando
isso acontece é de ar que eles estão cheios. As palavras enchem-se de mais
palavras. O ar dentro dos balões que são palavras são as pequenas partículas
que são mais palavras. Assim, grandes,
os balões cheios de vida como se se estivessem preparando para uma festa de
aniversário de uma criança, ocupam muito espaço por dentro, lá no nosso sítio
de guardar as palavras. A definição que temos para elas é maior, são palavras
que nos berram coisas secretamente ao ouvido. Já não dizemos que a definição
dessa palavra é: isto. É antes algo mais elaborado, a definição dessa palavra
que dá nome a algo que equivale a um balão cheio no peito é: isto e isto porque
aquilo e podem acontecer muitas coisas e variantes nisto tudo.
Há palavras daqui, deste sítio, que dizem respeito a este blog que são balões gigantescos cheios de mais balões a voar.
Chama-se: Índia. E UWC. E as definições são muito maiores que este texto poderá exprimir.
Isto era só para dizer, é bom estar de volta. Se calhar ocupei muito tempo de quem quer que leia isto só para dizer isto (apesar de ter cortado metade), ainda por cima porque em Portugal há muitas pessoas que estão sempre deveras mais ocupadas a falar de coisas extremamente relevantes, como o que aquela pessoa que está a passar na rua tem vestido, e a crise, claro. E eu estou para aqui a falar de balões. Balões? Quando se está em crise não há dinheiro para balões, que estupidez, balões. Olha, consegui estragar o fim do texto, fantástico.
Tentando melhorar isso,
estás um pouco confusa!!!!!!
ResponderEliminarTive de ler duas vezes, mas a segunda foi para confirmar que tinha percebido à primeira.
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